Fusco Lusco

segunda-feira, março 20, 2006

Primavera

Nem sei sequer onde estava no momento em que tudo, de repente, aconteceu. Soltaram-se os ais e os uis desgarrados, elevaram-se as mãos num aceno ostensivo. E aqueles seres, voando precipitadamente pelos ares da vila, com o susto que apanharam, contrariaram o objectivo silencioso de querer anunciar de mansinho a primavera. Era tão esperada naquelas bandas que o povo não se conteve, adormecido que estava na vontade de explodir o seu desejo de sol. Mal se ouviu o esvoaçar do bando, o povo correu pelas ruas abaixo, em sentido contrário ao tráfego aéreo, parecendo querer despistar as intensões da estação. E os pássaros sairam da sua ordem de voo, espalhando-se pela pequena vila e tentando situar-se naquela estranha manifestação.
Afinal, a primavera tem o direito de aparecer como entender.... nem que seja com um dia de antecipação.
Para quê espantar a natureza!

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